Qual o tempo para sofrer? Mas não necessariamente sofrer no sentido maior da palavra, e sim permitir-se sentir. É sobre viver tudo de maneira real, sobre ser real em um mundo de tempo que nos antecipa a sermos a junção de protótipos essencialmente bons e dispostos. Assim, as dores que existem em nós e não foram devidamente vivenciadas ou aceitas pelas instâncias mais lúcidas dos nossos pensamentos são as responsáveis pelo mártir gerado pelo peso de estar vivo e triste em um mundo que só existe pela essência mais genuína e natural: o tempo.
O tempo, que agora é cronológico, nos separa, mas também nos aproxima das dimensões do irreal. A falta de tempo nos impossibilita sofrer, mas também adoece e gera sofrimento lúcido e atordoante. Enlouquecemos e deprimimos justamente ao sabermos que aquilo que estava errado em nós e era ignorado pela falta de confronto, agora nos atormenta diretamente e não nos dá chances de fuga. Nos obriga uma constante revisitação a nós mesmos.
Sortudos são aqueles que não são angustiados por falta de tempo cronológico, pois há os que, independente do relógio, sofrem e sentem tudo de maneira intensa.

amei
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